A Polícia Civil prendeu em Poços de Caldas, nesta quarta-feira (9), seis suspeitos de integrar organização criminosa especializada em aplicar golpes cibernéticos. A operação foi denominada Hydra e, de acordo com a polícia, levantamentos indicam que cerca de 15 mil pessoas teriam sido vítimas do grupo na região e em todo Brasil.
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos teriam criado mais de 50 sites anunciando a venda de produtos diretamente a China, sendo que os artigos não chegavam ao cliente após a encomenda. A polícia destacou que somente com a compra e venda de carros de luxo, estima-se que os suspeitos tenham promovido a lavagem de dinheiro de um montante superior a R$ 3 milhões.
Conforme explicou a Polícia Civil, as investigações tiveram início há aproximadamente um ano e, com o avanço da ação, foram apresentadas à Justiça pedidos de prisão e busca e apreensão contra os suspeitos.
Ao todo, 35 policiais civis cumpriram seis mandados de prisão preventiva e outros dez de busca e apreensão. Durante a operação, a Polícia Civil arrecadou celulares, computadores, documentos, motocicletas, nove veículos de luxo, entre outros objetos.
Os presos, cinco homens e uma mulher, entre 20 e 22 anos, foram conduzidos à sede da Delegacia Regional em Poços de Caldas para a formalização dos procedimentos. Em seguida, o grupo foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
Esquema criminoso
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos criavam sites anunciando a venda de produtos mediante dropshiping (metodologia de venda em que o lojista trabalha sem estoque), afirmando que as encomendas sairiam diretamente de fábricas da China, com destino à casa do consumidor. O prazo de entrega informado nos anúncios era de, aproximadamente, três meses.
Conforme a polícia, quando os consumidores formalizavam reclamações pelo não recebimento das mercadorias, os envolvidos derrubavam o sítio eletrônico e criavam outros.
De acordo com a Polícia Civil, mais de 50 sites utilizados para o cometimento dos crimes foram identificados durante a investigação. Os suspeitos anunciavam, a preços baixos, a venda de brinquedos, eletrônicos e produtos de pet shop.
As investigações, segundo a polícia, apontam que o dinheiro arrecadado com os crimes gerou um patrimônio milionário para os suspeitos. A Polícia Civil destacou que somente com a compra e venda de carros de luxo, estima-se que os suspeitos tenham promovido a lavagem de dinheiro de um montante superior a R$ 3 milhões. Para impulsionar os anúncios em redes sociais, a quadrilha teria gastado mais de R$ 100 mil.
Fonte: G1 Sul de Minas