A Polícia Civil interditou na manhã desta terça-feira (29) a clínica de dependentes químicos em que imagens de agressões e tortura contra um paciente foram gravadas em Passos (MG). A Polícia cumpriu nesta manhã mandados de busca e apreensão.
Segundo as primeiras informações, foram apreendidos documentos. Não houve flagrantes e ninguém foi preso.
As agressões teriam acontecido em outubro do ano passado. As investigações começaram há cerca de três meses, mas os vídeos que mostram as agressões só vieram à tona agora. As imagens foram gravadas por outro funcionário da clínica.
A vítima teve que ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento por causa das lesões, segundo o boletim de ocorrência registrado sobre o caso.
O paciente disse à polícia que era ameaçado por funcionários e que as agressões são práticas comuns na clínica, com torturas físicas e psicológicas. O boletim cita ainda choques elétricos contra os internos da clínica.
No dia 18 de junho, a Polícia Civil pediu a suspensão das atividades da clínica. Na ocasião, outro ex-paciente que também teria sido vítima das agressões já foi ouvido pela polícia.
Ainda conforme o delegado, em depoimento, a proprietária da clínica e o funcionário que aparece agredindo o paciente teriam assumido as agressões.
“A gente já tem confissões nos autos da própria proprietária, ainda que indiretamente confessa a sua participação, do indivíduo que estava com a camisa da Seleção Brasileira, da pessoa que filmou, que inclusive trabalha no Centro Socioeducativo, nós já pleiteamos a suspensão das atividades da clínica e também do indivíduo que trabalha no Centro Socioeducativo”, disse o delegado.
O que diz a clínica
A Clínica Doze Pilares divulgou uma nota afirmando que repudia a prática de qualquer ato de violência e que os dois funcionários foram demitidos.
Na nota, assinada pela sócia da empresa, Gleida Dias Souza, ela diz que a clínica está à disposição para cooperar nos trabalhos de investigação.
Fonte: G1 Sul de Minas