Acusado de matar a adolescente Natasha Rodrigues, de 14 anos, Deybson Messias dos Santos Moreira foi condenado pelo tribunal do júri a 24 anos de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado. O crime aconteceu em dezembro de 2018, em Bebedouro (SP).
Segundo a acusação, o rapaz, de 22 anos, matou a jovem a tiros porque ela recusou o pedido de namoro dele.
Deybson está preso desde janeiro de 2019 na Penitenciária de Balbinos (SP). O advogado dele, Yan Pessoa, informou que pediu a anulação do julgamento.
Crime
Natasha morreu no início de 2019 cinco dias após ser baleada no abdômen e no pescoço. Segundo a investigação, ela seguia até um bar com uma amiga para comprar chiclete, quando foi abordada por Deybson.
De acordo com familiares, a estudante era ameaçada há cerca de um mês, mas não contou nada aos pais por medo de que acontecesse algo a eles.
Na época, uma prima da vítima disse que Natasha havia ‘ficado’ com o rapaz e que ele estava obcecado por ela. A estudante não queria levar a relação adiante e passou a ser perseguida.
No dia 29 de dezembro de 2018, Natasha foi alvo de disparos feitos pelo jovem próximo à casa dela.
“Durante o dia ele ficou atrás dela e ela falando que não queria mais. Ele planejou. Ele já veio armado. Ele perguntou se ela não daria outra chance a ele. Minha prima disse que não e continuou andando. Ele falou para ela não virar as costas pra ele de novo. Quando ela virou, ele atirou”, disse Thaís Paula.
Deybson fugiu após o crime, mas teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e se apresentou à Polícia Civil no início de janeiro.
Acusação
O Ministério Público acusou Deybson de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio.
O julgamento foi realizado no dia 17 de setembro. Por causa da pandemia, o réu acompanhou a audiência por meio de plataforma virtual, enquanto o juiz João Carlos Saud Abdala Filho, o promotor, parte das testemunhas, a defesa e os sete jurados participaram da sessão no Fórum de Bebedouro.
A defesa se manifestou contrária ao fato de o réu acompanhar o próprio julgamento à distância, mas o juiz manteve a audiência. O magistrado considerou que, por causa da pandemia, a presença física de Deybson no plenário do júri aumentaria os riscos para ele e para os demais participantes, além dos outros presos e funcionários da penitenciária em que ele se encontra.
Os advogados também tentaram afastar as qualificadoras do crime, mas o júri considerou o réu culpado das acusações e o condenou a 24 anos de prisão. Ele não poderá recorrer em liberdade.
Fonte: G1 Ribeirão Preto