Depois de ser remarcado por duas vezes e quase dez anos após o acidente que matou o técnico de futsal Foguinho e a jogadora Paloma Heloísa da Silva, será realizado nesta quarta-feira (19), o júri popular dos empresários Paulo Noronha e André Sanches, no Fórum de Mogi Guaçu (SP).
Os empresários dirigiam as caminhonetes envolvidas na colisão que aconteceu na Rodovia Governador Ademar Pereira de Barros (SP-342) em São João da Boa Vista (SP), em julho de 2013.
Noronha e Sanches chegaram a ser presos logo após o acidente. Porém, seis meses depois, em janeiro de 2014, conseguiram um habeas corpus e, desde então, respondem o processo em liberdade. Eles serão julgados por homicídio simples, por três vezes, sendo um tentado e dois consumados.
Foguinho, Paloma e a treinadora Cristiane Borato saíam da 40ª Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (Eapic) e seguiam pela SP-342 quando o carro em que eles estavam foi atingido por uma caminhonete em alta velocidade.
Andamento do processo
O advogado Gustavo Massari, que representa as famílias das vítimas, disse que durante o processo a defesa entrou com vários recursos, o que atrasou a definição de uma data para o julgamento.
“Eles fizeram alguns recursos, que é direito da defesa, e a gente não tem nem como reclamar disso. Esses recursos fizeram com que o processo demorasse”, explicou.
Em 2014, a Justiça determinou que os réus fossem submetidos a júri popular. Na época, os advogados dos empresários apresentaram recurso, o qual foi julgado parcialmente provido em 2016.
Com a decisão, eles conseguiram afastar todas as qualificadoras do crime de homicídio qualificado e serão julgados por homicídio simples, por três vezes, sendo um tentado e dois consumados.
Depois disso, em 2018, a defesa pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) o desaforamento do processo, ou seja, um pedido para que o julgamento acontecesse em outra comarca que não fosse São João da Boa Vista. O pedido foi deferido e, desde então, o processo corre em Mogi Guaçu (SP).
O Tribunal do Júri chegou a ser marcado em 2020, porém, foi adiado por conta da pandemia e remarcado para 14 de março deste ano, porém, a defesa não compareceu e o júri foi novamente remarcado, desta vez para 19 e 20 de abril.
Relembre o caso
O acidente aconteceu por volta das 3h do dia 13 de julho de 2013. Paloma Heloísa da Silva saía da 40ª Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (Eapic) com a treinadora do time feminino de futsal Cristiany Borato e o técnico José Carlos Chessa Luiz.
Segundo a polícia, duas caminhonetes tiravam uma racha na Rodovia Governador Ademar Pereira de Barros (SP-342), que liga Águas da Prata a São João da Boa Vista, quando um dos veículos atingiu a traseira do carro em que estavam as três vítimas. O boletim de ocorrência relatou que os empresários estavam a 170 quilômetros por hora, mais que o dobro do permitido no local, que é de 80 quilômetros por hora.
Foguinho, como era conhecido, morreu na hora e Paloma teve a morte declarada quase 15 horas depois do acidente. A treinadora ficou ferida, mas foi socorrida e escapou da morte.
Fonte: G1 São Carlos