A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves para retardar a entrada do vírus da varíola do macaco no Brasil.
Desde o início do mês, ao menos 180 ocorrências da doença foram confirmadas no mundo. O Ministério da Saúde instituiu ontem uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola do macaco no Brasil.
A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. No domingo foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina. A varíola do macaco é, na verdade, uma doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, porém de ocorrência muito rara em outros continentes.
Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico. “Acho muito difícil que [a doença] não chegue aqui”, afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. “Mas se trata de uma doença considerada benigna.” Além disso, existem tratamento e vacinas.
Mas é necessário o alerta, segundo a chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin. “Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas.”
Apesar das recomendações da Anvisa, a OMS destaca que a transmissão entre humanos não é comum e se dá por meio do contato prolongado entre pessoas, como beijos e relações sexuais.
Doença
A varíola do macaco, apesar de pouco frequente, é causada pelo vírus da varíola símia e pode acometer pessoas e desencadear sintomas como cansaço em excesso, dores musculares, além de feridas e bolhas na pele.
Especialistas alertam que diante de qualquer sinal de infecção pelo vírus a pessoa busque ajuda médica para que seja tratada devidamente e impedindo, inclusive, a contaminação de outras pessoas.
Tratamento e prevenção
Autoridades e estudiosos da área de saúde afirmam que não existe um tratamento comprovado e seguro para a infecção provocada pelo vírus da varíola símia e os sintomas costumam desaparecer espontaneamente.
Alguns medicamentos costumam ser usados. É o caso dos antivirais tecovirimat, cidofovir e brincidofovir.
A vacina tradicional contra a varíola “pode ser usada tanto na pré como na pós-exposição e é até 85% eficaz na prevenção da varíola”, de acordo com a Agência da Segurança da Saúde do Reino Unido, onde sete casos foram detectados desde o início de maio.
Conheça os sintomas da varíola do macaco
Os sintomas da doença costumam aparecer entre de 5 e 21 dias após o contato com o vírus. Os principais são:
– Dor nas costas;
– dor no corpo;
– cansaço excessivo;
– febre;
– dor de cabeça;
– feridas e bolhas na pele.
Fonte: Portal R7