O diretor clínico da Santa Casa de São José do Rio Pardo (SP), Danilo Zuim de Lima, disse que os profissionais da saúde estão trabalhando com medo por conta do aumento de internações por Covid-19 na cidade.
Na terça-feira (23), a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria era de 255%, já que o município teve que abrir 14 leitos extras para atender os 23 pacientes que necessitavam de internação.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a taxa de ocupação era de 160%, já que três leitos precisaram ser abertos.
“Batemos nosso recorde nos últimos dias de internação. São pacientes mais jovens, estão extremamente diferentes do ano passado, são pacientes que chegam com um grau de comprometimento muito maior. A demanda de oxigênio triplicou, então, sim, a gente trabalha com medo. Não tivemos problemas na Santa Casa de abastecimento, mas temos medo porque sabemos que a demanda aumentou no país inteiro”, declarou Lima.
Até o último boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura, a cidade somava 2.771 infectados pelo coronavírus, entre eles, 60 mortes. O que representa uma taxa de letalidade de 2,16% entre os positivados.
Situação preocupante
De acordo com o secretário da saúde, Paulo Boldrin, o município apresentou um aumento de 50% no número de casos nos últimos 15 dias, além do aumento de 300% no número de óbitos.
“Nas duas últimas semanas, foram perdidas 12 vidas. O que a gente acredita nessa segunda onda é a mudança do vírus. A virulência dessa cepa é muito superior e os pacientes chegam de uma maneira muita mais grave nas unidades de saúde”, explicou.
Apesar de São José do Rio Pardo estar sempre entre as cinco cidades com maior taxa de isolamento social, segundo o ranking do Governo do Estado de São Paulo, o controle da quantidade de novos casos ainda não está no ideal.
“Reforçamos sempre os nossos apelos à população, fiquem em casa! Não aglomerem! Não vá a ranchos e festas aos finais de semana. É hora de consciência, sabedoria. Somente juntos vamos passar por essa de uma maneira menos dolorosa”, destacou o secretário.
Somente no mês de março, a cidade registrou 484 casos da doença.
Cansaço
O diretor clínico da Santa Casa alertou para a falta de mão de obra de profissionais da saúde e do cansaço entre eles.
“Com essa explosão de casos dessa segunda onda, a estrutura da Santa Casa já ultrapassou a capacidade máxima de suportar. A mão de obra para atendimento é escassa, é a uma mão de obra especializada, é um paciente que requer um cuidado maior. O nível de fadiga entre os profissionais é extremamente elevado na Santa Casa, porque já estamos há um ano nessa pandemia”, disse Lima.
Fonte: G1 São Carlos