O dia mundial do DIABETES é comemorado em 14 de novembro. A campanha foi criada em prol da conscientização sobre a doença, estimulando a prevenção do diabetes e de suas complicações.
Com o tema “Enfermagem”, escolhido pela International Diabetes Federation (IDF), o Dia Mundial do Diabetes 2020 vai abordar como os enfermeiros fazem a diferença na vida das pessoas acometidas pela doença. A proposta busca incentivar esses profissionais que atuam diretamente nos cuidados das pessoas.
De acordo com a enfermeira Gabriela Cavicchioli, coordenadora do departamento de enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o assunto sobre a importância desses profissionais no dia a dia das pessoas com diabetes já estava no radar antes da pandemia ocasionada pela COVID-19.
“A enfermagem tem conquistado o reconhecimento da sua qualidade de atendimento, que talvez nem todo mundo dava tanto valor. Os enfermeiros têm mostrado todo seu conhecimento científica, técnica e humanização, e isso tem ficado mais evidente durante a pandemia pelo novo coronavírus. É uma feliz coincidência que vai valorizar o profissional da enfermagem”, diz Gabriela.
O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz (insulina é o hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue). O corpo precisa da insulina para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, o nível de glicose no sangue fica alto ( hiperglicemia). Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
O diabetes exige alguns cuidados que são para o resto da vida, tanto para o paciente, quanto para a família: ambos precisam tomar uma série de decisões relacionadas ao tratamento da doença, como medir diariamente DIAa glicemia, tomar medicamentos, exercitar-se regularmente e ajustar os hábitos alimentares. Existem dois tipos de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2.
DADOS DIABETES
- 463 milhões de adultos (1 em 11) viviam com diabetes em 2019 Espera-se que o número de pessoas vivendo com diabetes aumente para 578 milhões até 2030.
- 1 em cada 2 adultos com diabetes permanece sem diagnóstico (232 milhões). A maioria tem diabetes tipo 2.
- Mais de 3 em cada 4 pessoas com diabetes vivem em países de baixa e média renda.
- 1 em cada 6 nascidos vivos (20 milhões) são afetados por níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) durante a gravidez.
- Dois terços das pessoas com diabetes vivem em áreas urbanas e três quartos estão em idade produtiva.
- 1 em cada 5 pessoas com diabetes (136 milhões) tem mais de 65 anos.
- O diabetes causou 4,2 milhões de mortes em 2019.
- O diabetes foi responsável por pelo menos US $ 760 bilhões em gastos com saúde em 2019 – 10% do total global gasto com saúde.
DIABETES TIPO 1
O desencadeamento de diabetes tipo1 é geralmente repentino e pode incluir sintomas como:
- Sede excessiva
- Rápida perda de peso
- Fome exagerada
- Cansaço inexplicável
- Muita vontade de urinar
- Má cicatrização
- Visão embaçada
- Falta de interesse e de concentração
- Vômitos frequentes e dores estomacais
Sintomas do diabetes tipo 1
- Dificuldade para cicatrizar ferimentos
- Formigamento nos pés e nas mãos
- Grande perda de peso
- Sede, fome e fadiga excessivas
- Urinar com frequência
DIABETES TIPO 2
O tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
Sintomas do diabetes tipo 2
- Dores nas pernas
- Sede, fome e fadiga excessivas
- Urinar com frequência
- Visão embaçada
PRÉ-DIABETES
Pré-diabetes não é um diagnóstico, mas sim um estado de risco aumentado para o aparecimento de diabetes tipo 2. Pessoas com níveis de elevados de glicose (açúcar no sangue), obesidade e forte história étnica ou familiar de diabetes podem ser consideradas de risco.
FATORES DE RISCO PARA O PRÉ-DIABETES
Uma pessoa é considerada de alto risco para progressão ao diabetes quando apresenta alterações no metabolismo da glicose, isto é, níveis elevados de glicose de jejum ou hemoglobina glicada, além tolerância diminuída à glicose.
Outros fatores de risco: obesidade, sedentarismo e história familiar positiva para diabetes.
A maioria das pessoa em risco de progressão ao diabetes será diabética se não tomar os devidos cuidados. Contudo, como nem todos os fatores de risco são modificáveis, como a carga genética e a idade, por exemplo, algumas pessoas acabarão diabéticas mesmo tomando os devidos cuidados.
CUIDADOS PARA EVITAR O DIABETES
A mudança do estilo de vida, com alimentação adequada, atividade física regular e consequente perda de peso, é capaz de reduzir o risco da doença em cerca de 30 a 40%. Ter acompanhamento médico apropriado também é fundamental.
Como prevenir o diabetes:
- Comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três porções de frutas.
- Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras.
- Parar de fumar.
- Praticar exercícios físicos regularmente, (pelo menos 30 minutos todos os dias).
- Manter o peso controlado
COMO DIAGNOSTICAR
Um simples exame de sangue pode revelar se você tem diabetes. Com uma gotinha de sangue e três minutos de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja considerável, será necessária a realização de outros exames, mais aprofundados.
Tratamento no SUS
É importante lembrar que o SUS oferece tratamento completo gratuitamente para a população. Como prevenção, um simples exame de sangue pode revelar se você tem diabetes.
Com uma gotinha de sangue e três minutos de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja considerável, será necessária a realização de outros exames, mais aprofundados. Para realizar o teste, basta procurar uma unidade básica de saúde.
Alimentação
Conforme o Guia Alimentar para a população brasileira, a alimentação de toda a população, com ou sem diabetes, deve ser baseada em alimentos in natura (frutas, verduras, legumes e carnes) e produtos minimamente processados (arroz, feijão), limitando o consumo de alimentos processados (geleia, atum enlatado, queijo) e evitando alimentos ultraprocessados (sorvetes, barra de cereal, macarrão instantâneo).
Todas as pessoas, inclusive aquelas com diabetes, devem procurar fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias. Recomenda-se realizar 5 a 6 refeições diárias, evitando “beliscar” alimentos entre as refeições e permanecer longos períodos sem se alimentar. Além disso, orienta-se comer devagar e sempre que possível, em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola.
A pessoa com diabetes deve consumir diariamente verduras (alface, almeirão, couve etc.), legumes (cenoura, pepino, tomate, abobrinha etc.) e frutas, preferencialmente crus, por possuírem maiores quantidades de fibras. As frutas devem ser consumidas em quantidades adequadas e distribuídas corretamente ao longo do dia. Nenhuma fruta é proibida para quem tem diabetes.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)