Um dos fatores mais importantes para o tratamento do câncer de mama é a identificação do linfonodo sentinela na axila da paciente. Linfonodos são pequenos órgãos presentes em diversos lugares do corpo humano, que fazem parte do sistema linfático e atuam na defesa do organismo. Já o linfonodo sentinela é definido como o primeiro linfonodo que pode receber as células cancerígenas de um tumor.
No caso do câncer de mama, ele está localizado na axila, perto da mama, e sua análise permite ver os riscos de metástase, ou seja, se o tumor se espalhou para o sistema linfático. Sua identificação correta evitaria intervenções cirúrgicas mais radicais na região axilar, além de diminuir o tempo da cirurgia.
E uma técnica que é comum nos grandes centros já está sendo realizada no Hospital Unimed, pelo médico mastologista Dr. Ray Alves dos Santos. Trata-se do diagnóstico por meio da biópsia do linfonodo sentinela (BLS), que permite avaliar a extensão da doença de forma mais precisa e menos invasiva do que a dissecção axilar. A BLS é um procedimento que conserva a axila e que envolve equipe cirúrgica, medicina nuclear e patologista.
Como funciona
Um dia antes da cirurgia é injetado na mama da paciente (pela linfocintilografia), no serviço de medicina nuclear, uma substância radioativa chamada tecnécio 99.
“Já na cirurgia, a equipe de medicina nuclear usa um detector portátil de radiação gama (gama-probe) para localizar o primeiro linfonodo comprometido. O cirurgião encosta a caneta (probe) na região axilar e confirma, com sinais sonoro e gráfico, mostrando elevado nível de captação da substância radioativa, indicando assim que ele está ali. É feita uma incisão na região axilar, encontrado o linfonodo e mais uma vez confirmada (com a região axilar cirurgicamente aberta) a localização do mesmo, ele é retirado. Uma vez retirado o linfonodo, a confirmação da sua remoção é feita encostando agora a caneta (probe). Os sinais sonoro e gráfico confirmam a saída do mesmo, que agora está na mão do cirurgião. E ainda na axila, de onde o linfonodo foi removido, o local também é testado e não acusa mais sinal nenhum. A amostra é entregue para análise do patologista”, explica Dr. Ray.
O objetivo, segundo o mastologista da Unimed, é detectar e remover esse linfonodo especificamente. “O médico patologista que está na sala olha no microscópio e, se ele estiver livre, os demais estarão também. Então não precisa mais fazer aquelas cirurgias radicais de antigamente, que provocavam inchaços horríveis nos braços, dor e maior risco de infecção”, diz.
Soma de tecnologias
No entanto, Dr. Ray explica que, em alguns casos, a dissecção dos linfonodos axilares pode ser necessária. “Se o linfonodo sentinela estiver comprometido pelo câncer, é preciso extirpar todos os gânglios (linfonodos) da região axilar, do lado do tumor de mama em questão. Nesse procedimento cirúrgico a área da axila é aberta para expor e remover as glândulas que ali se encontram.”
Para Dr. Ray, a tecnologia da BLS veio somar à pesquisa realizada também com o corante azul patente, que já é utilizada.
Por: Giselle Torres Biaco/Assessoria Unimed